
Vila de Rei é uma vila pertencente ao distrito de Castelo Branco. É também concelho, do qual fazem parte 3 freguesias: São João do Peso, Fundada e Vila de Rei. A sua constituição remonta a 1285, por foral de D. Dinis, renovado em 1513 por D. Manuel I.
O município de Vila de Rei confronta a norte com Sertã, a leste com Mação, a sul com o Sardoal e a oeste com Abrantes. Espraia-se por 191,55 km² de área e conta com 3.276 habitantes (CENSUS 2021).

É em Vila de Rei que está posicionado o marco geodésico padrão, aqui colocado em 1802, que assinala o Centro Geodésico de Portugal, marco este a partir do qual se deu início à marcação dos restantes 8.000 vértices geodésicos de Portugal Continental.
Divulgamos nesta página aquilo que atrai pessoas a Vila de Rei. Conheça e escolha o que quer visitar/fazer. Todas as semanas há actividades lúdicas espalhadas pelos 57 lugares do nosso concelho. Para saber a toda a hora o que está a acontecer, visite a nossa página do Facebook.
Locais de interesse
⁘ Centro Geodésico de Portugal: Este ponto, assinalado por um marco geodésico piramidal, encontra-se no cume da Serra da Melriça (coordenadas gps: 39.69479, -8.13028), tendo como nome popular “Picoto da Melriça”. Uma visita a este local impõe-se não só pelo simbolismo do local como pela vista que se alcança a 360º, podendo vislumbrar-se em dias limpos a Serra da Estrela a cerca de 100 km de distância. Visite o Museu da Geodesia e coma uma fatia do Bolo de Chocolate + Feio de Vila de Rei
⁘ Água Formosa: Uma das raras aldeias de Xisto Portuguesas, localizada a 10 km do Centro Geodésico de Portugal (coordenadas gps: 39.63559, -8.09679). Escondida entre 2 ribeiras, a Ribeira da Corga e a Ribeira da Galega, o som predominante quando se visita a aldeia é o som da água. Moram 9 pessoas em permanência em Água Formosa, que ainda cultivam hortas junto às ribeiras, cuidando também das flores espalhadas ao longo das ruas que apenas podem ser percorridas a pé e que embelezam este local. A ZêzereTrek organiza passeios nocturnos à aldeia, com ou sem possibilidade de refeição incluída.

As praias
⁘ Fernandaires: A única verdadeira praia fluvial do Concelho, sem quaisquer diques, ou açudes a reter a água, onde uma curva larga do rio Zêzere deu origem a esta vasta praia, que faz parte da Albufeira de Castelo de Bode. Este local de beleza natural imensa é visitado especialmente no período do verão, já que dispõe de actividades como canoagem, stand-up padel, insufláveis, gaivotas e passeios de barco. É também um dos locais pertencentes à primeira estância de wakeboard em Portugal, dispondo de um cable park. A temperatura da água é quase sempre contante (acima dos 20 graus) e os amantes da pesca reúnem-se aqui anualmente numa competição de apanha da Achigã.
⁘ Zaboeira: Também localizada na Albufeira de Castelo de Bode, é um pequeno ancoradouro com uma pequena zona balnear, com uma envolvente montanhosa fascinante, que tem como pano de fundo a ponte em arco que liga os municípios de Vila de Rei e Ferreira do Zêzere. O acesso a esta praia é muito tortuoso, estreito, curvilíneo e íngreme, pelo que se recomenda vivamente a descida a pé (em vez de carro).


⁘ Bostelim: Numa obra de engenharia bem feita, encarcerou-se a ribeira de Bostelim entre açudes, criando-se uma piscina/praia fluvial, com toda uma envolvente de suporte, zonas verdes, parque de campismo/caravanismo, bares/restauração, sanitários, tornando-a uma das favoritas dos habitantes locais. É a única praia fluvial distinguida com a Bandeira Azul no distrito de Castelo Branco, distinção que recebeu pelo 4º ano consecutivo em 2019, está ainda classificada como Praia Acessível. Situada entre as freguesias de São João do Peso e Fundada, a 10 km do Centro Geodésico. Coordenadas GPS 39.72384, -8.10341
⁘ Pego das Cancelas: A Ribeira da Isna mantém um caudal de água impressionante todo o ano e numa curva larga da ribeira criou-se um grande areal, protegido por denso arvoredo, perfeito para os dias de 40 graus que assolam o concelho nos meses de verão. É uma praia remota, a 14 km do Centro Geodésico, muito perto do centro da aldeia São João do Peso, no fundo de um vale, que só atrai os destemidos. Nunca está sobrelotada! Tem um bar de apoio à praia, até 2023 gerido pela marca Kayashanti. Este ano contamos com a equipa daToca do Sadhu (instagram @a_toca_do_sadhu). Aberto de 15 de Junho a 15 de Setembro. Das 10h às 20h – Domingo a Quinta 🦦 Das 10h às 02h – Sexta e Sábado 😎 Animação musical nocturna todos os sábados!

É também aqui que se encontra a Ponte dos 3 Concelhos, local onde convergem os municípios de Vila de Rei, Sertã e Mação; é talvez por isso o ponto de encontro da comunidade estrangeira dos 3 concelhos.
Cascatas
⁘ Cascata do Penedo Furado: A ribeira do Codes, que corre por vales e montes, criando cascatas com água todo o ano, originando um conjunto de piscinas naturais, é uma das praias fluviais mais procuradas pelos visitantes. Em 2019 foram inaugurados os passadiços do Penedo Furado que ligam a zona de banhos às cascatas que abastecem a praia fluvial e que tem água todo o ano. Os passadiços têm um percurso circular, com uma extensão de cerca 2000 metros e fazem parte dos percursos pedestres ‘Trilho das Bufareiras’, ‘Grande Rota da Prata e do Ouro’ e ‘Grande Rota do Zêzere’. Procure a “Bicha Pintada”!
⁘ Cascata do Escalvadouro (Bicarola): Parte integrante da Rota das Cascatas de Vila de Rei, muitíssimo bem explicadas pela revista online Vagamundos; os caminheiros que aqui se hospedam dizem que não há melhor publicação sobre o tema! Habitualmente, o caudal de água começa a diminuir a partir de Abril, seca quase totalmente nos 3 meses de verão (Julho, Agosto e Setembro) e volta a correr no inicio do outono. A rota implica a descida/subida de 40 metros do leito desta ribeira até ao topo. Coordenadas GPS: 39.68696, -8.16765

Ainda é possível ver o moinho de farinha comunitário do lugar do Escalvadouro, onde em tempos moraram 7 famílias e que hoje conta com 1 habitante permanente, o senhor Fernando, apicultor de elevado nível, cujas colmeias foram dizimadas pela vespa asiática entre 2021 e 2022.
As cascatas da Bicarola estão localizadas a 800 metros da Casa da Janela e do Castelo da Fonte. Há aqui um caminho que atalha para Vila de Rei que nos coloca lá em 30-40 minutos.
⁘ Quedas de água dos Poios: Parte integrante da Rota das Cascatas de Vila de Rei. Têm água todo o ano, são de uma beleza incrível, envoltas em mata, floresta, rochedos e o ruído da água é ensurdecedor (no inverno). São pouco visitadas por não haver sinalização conveniente na estrada principal, nem no acesso dentro da povoação (Paredes), por serem de difícil acesso (caminho íngreme e pedonal apenas), mas são perfeitas para mergulhos, fotografias e picnics. Coordenadas GPS: 39.68032, -8.12044

Rotas e trilhos
⁘ GRZ Grande Rota do Zêzere (GR33): Vila de Rei é parte da GRZ, que tem 370km de extensão, percorre 13 concelhos e une importantes marcas nacionais, como a Serra da Estrela, Aldeias de Xisto, Castelo de Bode e Rio Tejo.
⁘ Grande Rota da Prata e do Ouro (GR44) liga o concelho do Sardoal a Vila de Rei e foi inaugurada em maio de 2015. O percurso inclui as paisagens da Albufeira de Castelo de Bode, da Praia Fluvial do Penedo Furado e, claro, das antigas minas de ouro e prata destes territórios — é daqui que vem a inspiração para o nome da rota.
⁘ PR1 VLR – Trilho das Cascatas: Circular, grau de dificuldade elevado. Este trilho efetua-se ao longo da ribeira do Lavadouro, ribeira do Vale Feito e ribeira da Vila. Trilho com dificuldade técnica devido ao piso escorregadio (tomar atenção ao atravessar as ribeiras, sítios com alguma água e zonas escorregadias), com muitas subidas/descidas. Sucessivas cascatas que não param de surpreender. Trilho com falhas de marcação. 10 km lineares; acresce mais distância por causa das subidas/descidas.
⁘ PR3 VLR – Trilho das Bufareiras: Linear, 9km, grau de dificuldade médio. Com o início a passar pelo cruzeiro de Vila de Rei, onde pode desfrutar de uma vista global sobre a sede do concelho, este percurso leva os visitantes por caminhos antigos até à zona das Bufareiras, caracterizada por uma paisagem invulgar resultante do maciço rochoso envolvente onde se encontram várias cascatas. Este é um dos locais mais emblemáticos e místicos da região e faz parte dos atractivos da Praia Fluvial do Penedo Furado.
⁘ PR4 VLR – Caminho do Xisto de Água Formosa: Circular, com troço inicial/final linear, 7.5km, grau de dificuldade baixo. Aproveita os antigos trilhos dos moleiros e agricultores, que num passado ainda recente conduziam às azenhas e aos nateiros, marginais às Ribeiras da Galega e da Valada. Neste verdadeiro espaço natural, dadas as características de floresta e afloramentos rochosos de razoável dimensão, podem encontrar-se amieiros, choupos, medronheiros, rosmaninho, ou aroeira, entre outras espécies. Este é também um óptimo local para a observação de aves, ou o encontro com outros animais, como o emblemático guarda-rios, ou o tímido esquilo-preto.
⁘ PR5 VLR – Rota do Bostelim: Circular, 9.5km, grau de dificuldade baixo-médio. A Ribeira do Bostelim nasce no concelho de Proença-a-Nova, prolongando-se o seu curso por mais de 20 kms, serpenteando por férteis vales, passando sob antigas pontes e atravessando velhos caminhos até confluir com a Ribeira da Isna, já no concelho de Vila de Rei. Ao longo das suas margens sucedem-se os moinhos, levadas, açudes e muitos outros curiosos pormenores dignos de interesse. É já perto do seu curso final, na freguesia da Fundada, que se situa o Parque de Campismo e a Praia Fluvial que ostenta o seu nome. É precisamente nesse local que tem início a PR5 VLR, que acompanha a sua margem e se prolonga depois ao longo da Ribeira da Isna até à centenária Ponte da Várzea Carreira, onde se inicia o troço de regresso ao ponto de partida.
⁘ PR6 VLR – Rota das Conheiras: Linear, com duas variantes, 10.7Km ou 15.5Km (dependendo da variante), com grau de dificuldade médio. O PR6 VLR efetua-se ao longo da Ribeira da Galega, Ribeira do Codegoso e da Ribeira de Codes. Percorrer este trilho é sem dúvida uma viagem no tempo, ao descortinar as fantásticas belezas naturais (provavelmente deixadas desde a Idade do Ferro), que serviram de exploração de frentes mineiras de ouro. Ao longo de todo o percurso avistará vestígios importantes, onde surgem frequentemente amontoados de conhos (seixos) resultantes da exploração de ouro por aluvião, presumivelmente na época romana e anteriores.
⁘ Marginal à Albufeira de Castelo do Bode: A Albufeira da Barragem de Castelo de Bode é o local mais paradisíaco e veraneante de toda a região Centro de Portugal. Estende-se por 5 concelhos e tem o rio Zêzere como protagonista principal. Nas margens da albufeira estão localizadas algumas das praias fluviais mais bonitas de Portugal e principalmente, para regalo de muitos, também as águas mais amenas. Saiba tudo aqui.
Monumentos
⁘ Na vila existem 3 igrejas, todas antiquíssimas e de traças diferentes. A Igreja de Santa Maria (perto dos cemitérios), provavelmente construída durante os tempos da Rainha Santa Isabel, nos séculos XIII e XIV; a Igreja da Misericórdia, ou Capela de São Sebastião, datando de 1581, utilizada nas cerimónias da Semana Santa; a Igreja Matriz (onde se celebra a missa semanal), mais jovem (1968), mas cuja planta foi traçada por António Lino, de Lisboa, o famoso arquitecto do Santuário de Nossa Senhora de Fátima e do Monumento de Cristo Rei. No lugares Fundada e São João do Peso há também igrejas matrizes, a última com traça distinta das restantes.


⁘ Os museus são modestos, mas simbólicos, retratando a vida das gentes locais. Para além do Museu da Geodesía de que já falámos, lista-se o Museu Municipal de Vila de Rei (histórico e etnográfico), o Museu do Fogo e da Resina, o Museu das Aldeias (que fica no lugar de Relva), o Pequeno Museu da Aventura e Viagem (que fica no lugar de Trutas).
Flora e Fauna
⁘ Flora: A Região Centro de Portugal caracteriza-se por ter vários ecossistemas. Na floresta predomina essencialmente o pinheiro e o eucalipto, sendo uma das fontes de riqueza da região esta zona é também denominada “zona do pinhal interior”. Contudo há por aqui muitos sobreiros Quercus suber, e alguns carvalhos-roble Quercus robur. Proliferam também espécies associadas aos cursos de água como o amieiro Alnus glutinosa, o freixo Fraxinus angustifolia, diversas espécies de salgueiros Salix e o sabugueiro Sambucus nigra .

Na mata proliferam a esteva Cistus ladanifer, o estevão Cistus populifolius, o sargaço Cistus salviifolius, os tojos Ulex europaeus, e as urzes Erica e Calluna. Encontra-se também diferentes espécies de rosmaninhos – Lavandula stoechas, Lavandula pedunculata e Lavandula latifolia. Quando comprar mel, recorde-se: se o mel é de Vila de Rei, é mel multiflores (as que enumerámos antes😉). No que refere a arbustos de maior calibre, pode encontrar por aqui medronheiros Arbutus unedo, murta Myrthus communis gilbardeiras Ruscus aculeatus, pilriteiros Crataegus monogyna, aroeiras Pistacia lentiscus, folhados Viburnum timus e até orquídeas máscula, uma espécie bastante singular em Portugal.
⁘ Fauna: Esta é uma zona típica de observação de aves (birdwatching): perdizes vermelhas Alectoris rufa, guarda-rios Alcedo atthis, milhafres pretos Milvus migrans e a belíssima águia de Bonelli Aquila fasciata. Há um casal que todos os anos sobrevoa o nosso pomar, para nosso encanto, alimentando-se dos ratos, os esquilos-vermelhos (Sciurus vulgaris), única espécie de esquilos existentes em Portugal, rãs e sapos que aí habitam e surripando alguns franguitos dos galinheiros dos vizinhos mais desprevenidos.


Outros habitantes locais são as salamandras de fogo (Salamandra salamandra) que habitam charcas de águas puras, os coelhos bravos Oryctolaguscuniculus, uma miríade de javalis Sus scrofa, raposas Vulpes vulpes e os mal-fadados saca-rabos Herpestes ichneumon, cujo passatempo favorito é assaltar os galinheiros dos habitantes locais.

